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A memória é avaliada segundo a potência do seu chip e a velocidade do seu navegador

Hoje, tentando lembrar um número de telefone, me deparei com uma triste realidade: minha memória está um desastre. Desde o momento que constatei o fato, comecei a pensar em como alguém da minha idade tem a memória menos ativa que pessoas mais velhas, e ai a resposta impiedosa veio: para que memória se você nunca a usa?


E o pior de tudo é que tenho que dar o braço a torcer: pouco ou nada exercito minha memória. Hoje, se o Orkut não me lembra de uma data de aniversário, o smartphone lembra e se de tudo ele falhar, outro recurso fará as vezes da minha memória.

Então percebi que hoje é complicado fazermos uma avaliação da memória bem feita, pois retiramos de nós mesmos a responsabilidade de nos lembrarmos das coisas. Para tudo tem uma tecnologia, um atalho, um SMS, scrap, twitty... Tudo é registrado externamente mas ao mesmo tempo é efêmero.

Sobre a cognição, que envolve, memória, atenção, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem, vejo que é igualmente difícil avaliar o que é normal do patológico. Hoje com a overdose de efeitos especiais, as informações de procedência incerta, o computador para pensar por nós, o bombardeio sensorial e a linguagem que deus sabe por que caminho vai, testar isso tudo em laboratório vai ser um verdadeiro desafio daqui uns tempos.

Acho melhor eu começar a fazer sudoku, palavras cruzadas, compras sem lista e dedicar menos tempo ao ambiente virtual... porque a coisa pode ficar feia pro meu lado daqui uns tempos!