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Danças Circulares


Post 1.: Danças Circulares enquanto instrumento terapêutico


Sou focalizadora de Danças Circulares e venho aplicando este instrumento em diversos grupos de terapia. De 2008 para cá tive excelentes respostas com adolescentes com Síndrome de Down e Mulheres do Centro de Atenção Psicossocial Alcool e Drogas - CAPS-AD. Os outros grupos também apresentaram boas respostas. Contudo, nenhum deles apresentou uma gama tão grande de informações trabalhadas com sucesso.

A cada vivência me apaixono mais pelo trabalho com as Danças e descubro o universo de possibilidades que elas contêm.
No mês de janeiro de 2010 foi feita uma oficina com as mulheres do CAPS-AD que me deixou encantada. Os resultados psíquicos e físicos obtidos foram sensacionais em um curtíssimo período de tempo.
A oficina ocorreu em 4 encontros de 1h e 15 minutos durante duas semanas do mês de janeiro de 2010, quando foram dançadas musicas que simbolicamente remetem às necessidades daquele grupo. Nos 20 minutos finais era feita uma reflexão acerca do que tinha sido dançado e a importância de se entregar à terapia.
Os resultados foram tão bons que as pacientes desejaram continuar com o projeto e os homens que não foram contemplados pediram para que sejam incluidos em novas ações.
Novos projetos e muitos artigos acadêmicos em vista!
Definitivamente a Dança Transforma! Minha reverência ao bailarino e coreógrafo Bernhard Wosien!











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Post 2.: 

Mandalas Vivas

As Danças Circulares e a manutenção do Eu e do Grupo

Beatriz Nantes

Alusão ao movimento criativo natural, presente na tradição de múltiplos povos e tão antiga que tem sua origem perdida no tempo, a Roda reflete a necessidade humana de comunhão social e da simbolização dos ciclos que permeiam a vida.
Em 1976, o bailarino clássico alemão Bernhard Wosien, visitou a Comunidade de Findhorn no norte da Escócia e, a pedido de Peter Caddy, um dos fundadores da comunidade, ensinou aos residentes do local uma coletânea de danças folclóricas. Naquele momento o bailarino buscador de um estilo de vida mais orgânico, percebeu que a prática corporal em círculo era uma forma de comunicação muito mais poderosa que o verbo e que permitia a vivência do amor, alegria e fraternidade. Deste momento em diante, as danças folclóricas ficaram conhecidas como Danças Circulares ou Danças Circulares dos Povos e foram pluralizadas por discípulos do bailarino e todos aqueles que perceberam a necessidade da manutenção e disseminação respeitosa do conhecimento dos povos do mundo.
Apesar de serem realmente sagradas, uma vez que são o símbolo detentor da sabedoria ancestral dos povos, o nome Danças Circulares Sagradas na verdade foi uma confusão feita por aqueles que associaram o projeto de Bernhard ao de sua filha Maria-Gabrielle Wosien, que na época estudava sobre Danças Ritualísticas e os Giros dos Devirches.
No Brasil, o movimento das Danças Circulares teve início no Centro de Vivências Nazaré, na região de Nazaré Paulista em São Paulo. Sarah Marriot, residente de Findhorn durante alguns anos, foi convidada a ministrar aulas de Educação Holística em Nazaré e trouxe consigo a centelha necessária para que as rodas florescessem. Não demorou muito para que as danças se transformassem em um instrumento essencial para o local e para seus residentes, que ao saírem do Centro de Vivências encarregaram-se de plantar novas gerações de focalizadores por todos os cantos do país.
Em Campo Grande, o movimento começou com a psicomotricista e bailarina Miriam Gimenes, a administradora e bailarina Roberta Siqueira e a bailarina Renata Leoni. O grupo cresceu e atualmente as Danças Circulares são promovidas periodicamente pelo Instituto Aleema.
A demanda em Campo Grande é tanta que em novembro de 2010 formou-se a primeira turma de focalizadores campograndeses de Danças Circulares. Os Grupos de DC de Campo Grande, garantem que o curso de formação foi só a faísca do que esta por vir para a região.
Animadas, meditativas, pulsantes, rodopiantes, as danças que exercitam o corpo, a mente e o espírito praticamente não exercem restrição, transformando-se desta forma em um movimento propício para o “deixar-se levar pelo vórtice criativo da vida”, podendo ser utilizadas em escolas, hospitais, grupos e em todos os locais nos quais exista coletividade, sempre resultando em positividade, alegria e autoconhecimento.
Em essência, a roda pretende despertar a sabedoria simbólica das danças tradicionais e folclóricas, fazendo refletir sobre o potencial criativo das mãos dadas e do quanto nosso corpo e o corpo do outro falam sobre partilhar momentos em grupo. Além disso, oferece orientação e suporte para as múltiplas necessidades da vida e é instrumento eficaz em todo e qualquer momento, pois mostra a coletividade sem competição ou hierarquia, sendo assim o símbolo da Mandala da Vida, pulsante de igualdade e respeito mútuo.

Post 3.:  Mandalas Vivas: Possibilidades de expressão e m diversos momentos da história 


Este vídeo, gravado na comunidade de Fidhorn na Escócia, reflete a bela dança The Pilgram dance, se não me engano, de origem espanhola.

Mesmo dançada na contemporaneidade, por ser uma dança tradicional, ainda carrega os traços originais de seu povo, dando até frio na espinha cada vez que é dançada. Vale a pena a emoção de dançar a história de um povo!

Esta versão é de Peter Vallance e foi gravada de forma bem original, refletida em um lustre.