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Sagrado Feminino



Post 1.: Sagrado Feminino


Em Breve!







Post 2.: O único local no mundo onde o paganismo é religião oficial




Post 3.: Sopa de filosofia ao molho bruxesco



Ao longo dos últimos 15 anos,  a bruxaria parece ter ressurgido das cinzas, e tal qual a fênix, ganhou a bela plumagem que somente as artes e meios de comunicação atuais podem conferir. A magia  hollywoodiana realmente conquistou a luz dos holofotes e com isso, parece ter despertado várias pessoas que ainda não haviam nomeado suas aspirações.
Contudo, mesmo com a possibilidade de acesso a ampla literatura e liberdade na expressão, percebo que a imagem das bruxas ainda é fruto da imaginação fértil de inquisidores, doutrinadores gananciosos e camponeses cruéis, sendo pouco ou nada semelhante ao que de fato é ser uma bruxa.
Nos últimos anos, vários movimentos, com diversos nomes, apareceram para abrigar pessoas que encontraram na poesia rítmica dos encantos seu abrigo ideológico. Estes movimentos abrigam e preservam todo material bibliográfico ao qual têm acesso tal qual quem confecciona uma colcha de retalhos, sem contudo delimitar um tema para esta grande obra.
Todas estas ações são muito importantes e denotam um movimento no qual se elevam as perguntas: Estamos em busca de quem e porque?
A sensação que tenho, cada vez que faço esta pergunta, é que a resposta deveria ser: Estamos em busca de nós mesmos, para nos re-significarmos no mundo e atenuar a coisificação que nos engessa.
Contudo, esta não me parece ser a resposta que a maioria emitiria se fosse abordada com este questionamento. A ordem das coisas parece estar invertida, tendo como base o signo e não o símbolo.
A política que envolve os atuais movimentos “bruxescos”, parece ter se esquecido do real simbolismo desta prática tão antiga, institucionalizando o conhecimento, deturpando assim um dos pilares mais sagrados da bruxaria: a liberdade da expressão; a essencialidade que permeia o ato espiritual.
Ao institucionalizar a prática bruxesca, tentando adaptar símbolos antigos à contextos contemporâneos, foi criada uma religião, o que me parece bastante perturbador. Isso porque a religião é um movimento que pode conter em si aspectos de espiritualidade sendo distinta da espiritualidade e está voltada para o coletivo a serviço do coletivo e a educação deste coletivo. Já a bruxaria, em suas raízes, parece ser voltada para o indivíduo que busca em si características individuais que podem servir para ajudar o coletivo, um movimento que parece ser bem natural às mulheres. Uma mistura de método de organização patriarcal com filosofia matrilinear... Estranho, não é mesmo? Ter o conceito de rebanho, tão usado nas religiões ocidentais atrelado ao movimento pagão contemporâneo?Enfim, gosto é gosto!
O que eu gostaria de salientar neste texto é a necessidade de uma abordagem menos caricata deste assunto, mais  racional, já que no padrões que vivemos isso ainda se faz necessário.
Não dá para colocar no mesmo caldeirão os contextos de feitiçaria, alquimia, bruxaria, religião da deusa, encantos vernais, cultos solares e afins, meter no forno microondas e inadvertidamente esperar um bom resultado daquilo que muitos não sabem ao que devem esperar.
Procuremos entender o significado de símbolos e signos desta prática milenar antes de sair por ai montado na vassoura do Harry Potter em busca do anel dos Nibelungos que está escondido dentro do armário que leva a Nárnia!

A diversão pode conter traços de filosofia, mas definitivamente não É a filosofia!