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Arteterapia



A Arteterapia é um recurso com o qual pode-se enriquecer a sensibilidade e a critividade dos gestalt-terapeutas dando maior gama de instrumentos para suas práticas terapêuticas, uma vez que com a utilização destes recursos a awareness pode se formar tanto no próprio ato de criar quanto nas reflexões e elaborações sobre os trabalhos criados.


Ciornai explica que: Através da arte podem-se expressar sentimentos e dar a eles um novo significado; ampliando assim o conhecimento de si e dos outros; resgatando o amor-próprio e desenvolvendo habilidades, potenciais e capacidades criativas que são fatores fundamentais para o resgate e manutenção da auto-estima.

Continuando com Ciornai (2000): “A função da terapia é, sobretudo, a de ajudar o indivíduo a poder instalar ou restaurar um fluxo de integração criativa com o mundo, ampliando assim, nas palavras de Ostrower (1977), sua abertura para a vida.”

Ainda para Ciornai (2004): O instante da atividade artística, como um estado alterado de consciência, ajuda a pessoa a focalizar seu mundo interno, adentrando um canal mais intuitivo e mágico, onde nos surpreendemos com nossas próprias imagens e com os significados que nelas encontramos. (p.80)

Por relaxar as defesas do sujeito e permiti-lo contatar, sentir, elaborar de outra forma que não lhe seja ameaçadora, a arte possibilita a quem dela se utiliza exprimir sentimentos nunca antes vivenciados, seu ser mais profundo e autêntico. (Ciornai, 2004).

Fritz Perls (1893-1970), considerado o pai da Gestalt Terapia. E citado por Ciornai (1995) diz: “Quando a figura é opaca, confusa, sem graça, desenergetizada (uma gestalt fraca), algo está sendo bloqueado; alguma necessidade orgânica vital não está sendo expressa; a pessoa não está ali inteira [...]” (Perls, Hefferline & Goodman, 1951, pp231-232).

Na Arte-terapia, a linguagem da forma, das cores, dos símbolos e metáforas, quando relacionados ao momento presente da existência de uma ou mais pessoas, possibilitam auto-conhecimento, descobertas e valiosos insights. (Ciornai, 1995).

Ainda segundo Ciornai (1995) a relação da Gestalt terapia com criatividade se inicia em suas raízes na concepção existencial de ser humano na qual o ser humano é visto como estando sempre num possível estado de refazer-se, de poder escolher e organizar sua existência criativamente.

Dando continuidade ao que a autora diz sobre a arteterapia e a Gestalt: Podemos dizer que, quanto maior for a awareness de uma situação, maior as possibilidades de que o ser humano possa ser realmente sujeito de sua história ou , colocado em termos mais poéticos , artista de si mesmo , artista de sua própria existência.

Para Rhayne (2000), a experiência gestáltica de arte, então, é o seu eu pessoal complexo fazendo formas de arte, envolvendo-se com as formas que você está criando como fenômenos, observando o que você faz, e, possivelmente, espera percebendo por meio de suas produções gráficas não apenas como você é agora, mas também modos alternativos que estão disponíveis para que você possa se tornar a pessoa que gostaria de ser.

Rhayne ao definir experiência gestáltica de arte, em seu livro Arte e Gestalt: padrões que convergem diz: “Cada linha que você traça é unicamente sua; as que eu desenho são individualmente minhas; cada um de nós está envolvido num acontecimento pessoal.” (2000, p.44)

Ainda segundo Rhayne, “podemos usar a experiência de arte para transpor barreiras e através do desenho elaborar imagens dos nossos sentimentos rejeitados como forma de aliviar a nossa própria alienação.”



REFERÊNCIAS:



CIORNAI, Selma (org.). Percursos em Arteterapia: Arteterapia Gestaltica, Arte em Psicoterapia, Supervisão em Arteterapia. – São Paulo: Summus, 2004.



RHYNE, Janie. Arte e Gestalt: padrões que convergem. São Paulo: Summus, 2000



Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=UjdbBGMr8xk&feature=PlayList&p=C25E23E9AD661106&index=5&playnext=2&playnext_from=PL